O novo ano arranca com a esperança de que a vacinação ajude a resolver a pandemia que nos assola desde o início de 2020. Será fundamental que, enquanto civilização, deixemos este pesadelo para trás e possamos voltar a um “novo normal” que contribua para um futuro melhor.

Um futuro em que possamos compatibilizar melhor as atividades económicas com a natureza e o ambiente. Um futuro em que possamos valorizar mais o mundo rural. Um futuro em que possamos dar mais valor a quem cuida das paisagens e dos espaços naturais. Um futuro em que seja valorizado o papel da floresta.

Ainda antes da pandemia, a Comissão Europeia tinha apresentado o chamado “Pacto Ecológico Europeu” (Green Deal), que é composto por um conjunto de 47 ações, incluindo uma nova Estratégia Europeia para as Florestas, sublinhando a importância de preservar e recuperar o capital natural europeu no contexto atual de “emergência climática e ambiental”. De entre as várias medidas, inclui-se a “Nova Estratégia da UE para as Florestas”, que pretende promover os diferentes serviços de base florestal com o objetivo de promover a arborização e a recuperação de florestas degradas. Uma das metas mais emblemáticas a atingir será a plantação de 3 mil milhões de árvores até 2030.

O Pacto Ecológico Europeu é uma afirmação política que só se concretizará com um enorme esforço de investimento, público e privado. A própria Comissão avalia que, para atingir as metas de 2030, serão precisos 260 mil milhões de euros anuais (cerca de 1,5% do PIB da UE, em 2018), o que demonstra bem a importância estratégica dessa aposta.

Tendo Portugal uma importante área florestal e um conjunto de cadeias de valor muito fortes, teremos certamente um enorme potencial de crescimento e de consolidação para a nossa floresta. Será necessário que as apostas futuras não sejam condicionadas por restrições “ideológicas” contra algumas espécies de crescimento rápido, como o eucalipto, nem por apostas “cegas” apenas em florestas não produtivas. A floresta, sobretudo numa região como o Oeste, deve garantir um equilíbrio produtivo, ambiental e paisagístico que garanta que é possível tirar a necessária rentabilidade dos espaços florestais, quer sejam pela produção de produtos lenhosos quer seja pela produção de serviços ambientais para a sociedade (ex: retenção de carbono, melhoria da qualidade do ar, …).

Temos, por isso, de estar preparados para este “novo normal”, em que se pedirá mais conhecimento e mais técnica à produção florestal. E esse tem sido um caminho que temos consolidado e que fomos capazes de trilhar mesmo em 2020.

Ao longo do último ano, a APAS Floresta continuou a crescer e a consolidar o seu papel junto dos produtores florestais nacionais. Tivemos 18 novos associados que se juntaram à “família” da APAS Floresta e apresentámos cerca de 20 projetos de investimento florestal. A área certificada no Grupo de Gestão da Floresta Certificada da APAS Floresta já supera os 21.000 ha, envolvendo 291 membros. Para além disso, temos 3 novas empresas certificadas pelo grupo de cadeia de custódia e continuamos a contribuir para o crescimento da área certificada pela Certificação Regional da AFLOESTE; este ano, foram incluídos mais 64 novos membros, da APAS Floresta, nesta certificação regional (atualmente, os membros da APAS Floresta representam 85% do universo de membros da AFLOESTE).

Ao mesmo tempo temos feito um enorme esforço para nos envolvermos em projetos de inovação e de transferência de conhecimento, tendo, por exemplo, concretizado, a implementação de um campo de ensaio de regadio, e de fertilização, de eucaliptos.

Num ano de particulares dificuldades fomos capazes de manter a nossa estrutura técnica e de garantir um normal funcionamento das nossas atividades, muito fruto da dedicação e empenho de toda a equipa da APAS Floresta a quem, enquanto direção, muito agradecemos e muito valorizamos.

Como sempre, queremos ter uma resposta cada vez mais próxima das necessidades dos nossos associados e queremos que nos procurem cada vez mais. Os próximos anos serão de grande importância para o crescimento da nossa floresta e a APAS Floresta quer ser o vosso parceiro nesse trajeto.

Esperamos que 2021 seja o início da vacinação (ou seja, o princípio do fim da pandemia) e da florestação (ou seja, o princípio do “novo normal”).

Que o ano que agora de inicia seja “ímpar” para todos e repleto de desafios e sucessos.

Contem connosco!

Direção da APAS Floresta